Daniel Estudante Protásio (Centro de História da Universidade de Lisboa)
Nasce na freguesia de Conceição da António Dias, de Vila Rica (Minas Gerais), a 7 de Fevereiro de 1794, e morre a 13 de Maio de 1827 (CANEDO 1945 II: 201).
Pelo apelido, D. Diogo seria familiar do 1.º conde (e 6.º visconde) de Barbacena e de outras figuras, como do 2.º conde (e 7.º visconde) de Barbacena e do ministro dos Negócios Eclesiásticos e das Justiças de Dom Miguel, Luís de Paula Furtado de Castro do Rio de Mendonça.
D. Diogo é nomeado reformador-reitor da Universidade de Coimbra por decreto de 24 e carta régia de 25 de Junho de 1823.
Em ofício de 5 de Maio de 1827, o ministro do Reino, o bispo de Viseu, D. Francisco Alexandre Lobo, escreve a D. Diogo:
Exm.º e Rev.º Sr.:
Por cópia, remeto a V. Ex.ª o ofício que do ministério da Guerra me foi enviado. Autorizando Sua Alteza Real [a infanta regente, D. Isabel Maria] a incorporarem-se os estudantes [do Batalhão de Voluntários Académicos] na defesa da pátria, não pode admitir dúvida que lhes era desnecessária outra licença para que as faltas que fizeram naquela ocasião possam ser abonadas. Deus guarde a V. Ex.ª. Palácio da Ajuda, em 5 de Maio de 1827. Francisco, bispo de Viseu. Sr. Principal Mendonça, reformador-reitor da Universidade de Coimbra. (CARVALHO 1881: 3).
Sabe-se que D. Diogo envia um ofício para a junta da directoria geral dos estudos datada de 23 de Junho seguinte (Visconde de Santarém 1918 I: 8, n. 1 e SANTARÉM 1827: mç 1º, fl. 17).
Escreve o visconde de Santarém, nas Memórias dos Três Meses em que exerci o meu Ministério:
Pouco tempo antes da minha entrada para o Ministério [8 de Junho de 1827] tinha falecido o Principal Mendonça, reitor deste estabelecimento. Pela sua correspondência com o meu antecessor [D. Francisco Alexandre Lobo, o bispo de Viseu] entrei no conhecimento do verdadeiro merecimento deste empregado, a firmeza de seus princípios, e a sua decidida força em reprimir os princípios sediciosos. Entendi que ele havia sustentado a todo o custo aquela(?) ordem e regularidade que podia esperar(?) dos imensos estorvos, calúnias e infames intrigas com que lhe preparam a morte os democratas que ali existiam, sendo sustentados pelo espírito que então dominava tudo. O estado deste estabelecimento era tal qual me o pintou a interessante Memória anónima que dali me enviaram ( ) (sic), a qual me foi enviada por pessoa que, como ela diz(?), conhecia a minha ____ e apego à causa do trono (SANTARÉM 1827: mç 2, fls. 23-25).
FONTES
– CANEDO, João de Castro da Silva, A descendência portuguesa de D. João II, vol. II, Lisboa: Edições Gama, p. 201.
– CARVALHO, Joaquim Martins de, “Curiosidades. O Batalhão Académico 1826-1827”, O Académico. Publicação bi-semanal redigida por alunos dos cursos superiores, Lisboa, 16 de Janeiro de 1881, p. 3.
– SANTARÉM, 2.º Visconde de, Correspondência do… Coligida, coordenada e com anotações de Rocha Martins (da Academia das Ciências de Lisboa). Publicada pelo 3º Visconde de Santarém, vol. I, Lisboa, Alfredo Lamas, Mota e Cª, Editores, 1918.
– IDEM, Memórias Verídicas do meu Ministério durante os 3 Meses que o Exerci, maço 1.º (Colecção Viscondes de Santarém).