Projecto Arquivos e Estudos do Miguelismo

Silva, José Teles da (Dom Prior de Guimarães)

Daniel Estudante Protásio (Centro de História da Universidade de Lisboa)

José Teles da Silva terá nascido por volta de 1781, pois quando falece, a 9 de Maio de 1832, estaria com cerca de 51 anos (MANIQUE 1872: 192-193). É possível que fosse parente de Manuel Teles da Silva, Prior-Mor da Ordem de Avis.

É mandado sair de Lisboa aquando da conspiração da Rua Formosa (Rev. Hist. Ideias vol. 7 p. 531).

A propósito da crise política aberta em 1827, pela morte de D. Diogo de Castro do Rio Furtado de Mendonça (Principal Mendonça), reitor-reformador da Universidade de Coimbra, escreve o 2.º visconde de Santarém, o qual exercia funções de ministro do Reino:

Lembrei-me do Dom Prior de Guimarães, que unia ao muito conhecimento que tinha daquele estabelecimento [Universidade de Coimbra], o ser um fidalgo de 1ª ordem, e provado realista, profundamente instruído, tendo ali mesmo regido uma cadeira. Cheguei a propô-lo a Sua Alteza no meu 2º dia de Despacho, Sua Alteza aprovou a sua nomeação. Lembrando-me, porém, que ele, pela sua demasiada afabilidade, poderia tirar maiores inconvenientes, assentei em sobre ___ neste negócio, e fazer propor este lugar a pessoa igualmente benemérita, e respeitável, que gozava de grande reputação na universidade e no Reino, e que tinha grande força de carácter, falo do Bispo de Viseu ´[D. Francisco Alexandre Lobo], meu antecessor. Para esse efeito encarreguei o conselheiro oficial maior da minha Secretaria de o procurar, e apalpá-lo em conversação sobre a aceitação deste emprego, o que assim executou, mas foram baldadas todas as inteligências porque o dito bispo não quis de modo algum aceitar.» (SANTARÉM 1827, mç 2, fls.26 e 27).

Procurador pelo braço do povo em 1828, por Torres Vedras, juntamente com o marquês de Lavradio, Dom António (SANTARÉM 1919 V: 528).

No âmbito de um ofício de 23 de Julho do mesmo ano, expedido pelo conde da Figueira ao visconde de Santarém, escreve o primeiro:

Quanto ao que V. Ex.ª me diz sobre a partida do marquês de Chaves, cumpre-me preveni-lo que há já bastante tempo que entreguei ao D. Prior de Guimarães o passaporte para ele poder entrar neste país, o qual deverá [o] já ter recebido (SANTARÉM 1918 I:  248-249).

É proposto, a 20 de Outubro seguinte, para censor régio (TENGARRINHA 1993: 185-186).

FONTES

Manuscritas

– SANTARÉM, 2.º Visconde de, Memórias Verídicas do meu Ministério durante os 3 Meses que o Exerci, 1827, maço 2, fls 26-27 (Colecção Visconde de Santarém).

Impressas

– MANIQUE, Francisco António da Cunha de Pina, Portugal de 1828 a 1834, Lisboa: Tipografia de Silva & Filho, 1872, pp. 192-193.
– SANTARÉM, 2.º Visconde de, Correspondência do… Coligida, coordenada e com anotações de Rocha Martins (da Academia das Ciências de Lisboa). Publicada pelo 3º Visconde de Santarém, vols. I e V, Lisboa, Alfredo Lamas, Mota e Cª, Editores, 1918-1919, pp. 248-249.
– TENGARRINHA, José, Da liberdade mitificada à liberdade subvertida, Lisboa: Edições Colibri, 1993, pp. 185-186.

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